Estudo de analistas mostra quais são os países que mais consomem cerveja no mundo. Descubra a posição do Brasil no ranking.
Um estudo da Euromonitor International, um empresa especializada em consultoria estratégica, traçou um mapa do volume de vendas de cerveja em 80 países de todo o mundo e fez algumas descobertas impressionantes. O estudo revelou que a Alemanha, ao contrário do que supunha-se, não é a campeã mundial em consumo da bebida per capita e que a China, país com o maior mercado de cerveja no mundo, fica atrás de diversos países quando o consumo é colocado lado a lado com a população.
Os dados do estudo mostram que, apesar das reclamações de cervejarias europeias sobre quedas nas vendas, os europeus ainda são campeões mundiais no consumo per capita da bebida: todos os países entre os 10 primeiros colocados são europeus. A Alemanha, apesar de não ter levado o primeiro lugar, possui um consumo considerável da bebida – são 110 litros por pessoa, todos os anos – não suficientes para que o país ultrapassasse a República Tcheca, onde cada habitante consume em média 143 litros anuais. Já a China, mesmo sendo líder mundial no número de vendas, apresenta uma taxa per capita baixíssima: apenas 38 litros.

A liderança europeia, entretanto, pode estar ameaçada: o velho continente apresentou uma queda no consumo de cerveja entre 2013 e 2014, enquanto países latinos e orientais vem consumindo cada vez mais a bebida. Só na Guatemala, as vendas cresceram quase 20% em apenas um ano. Indonésia, Vietnam e Azerbaijão tiveram um crescimento próximo dos 10%, e Egito e Arábia Saudita aumentaram as vendas em cerca de 8%. Paralelamente, o consumo apresentou variação negativa de -0,8% na Europa Ocidental, -1,1% na América do Norte e -1,2 no Leste Europeu. No mundo todo, o consumo da bebida apresentou um ganho de 2% no período.
Dos 10 países onde o consumo apresentou as maiores altas, 7 são de maioria islâmica. Conforme revela o estudo, o crescimento não ocorreu graças às vendas de cerveja alcoólica – que é considerada imoral pelo Alcorão – mas sim, pela popularização das cervejas sem álcool.
Já o Brasil, apesar de estar longe de entrar para o topo mundial, é o campeão no consumo na América Latina: a média de litros de cerveja bebidos por ano aqui gira em torno dos 69. A vitória, no entanto, é apertada e a vice-líder latina, a Venezuela, aparece logo atrás com 68 litros. Um caso curioso é o da Guatemala que, mesmo com as crescentes vendas da bebida, ainda consume somente 18 litros, a menor taxa da América Latina.
Para Spiros Malandrakins, analista sênior da Euronomonitor, o declínio pode ser explicado por uma mudança no perfil dos consumidores.
“Um fator chave [para explicar a queda] no Reino Unido e nos Estados Unidos é o crescimento das cervejas artesanais – que não foram incluídas no estudo”, aponta. “Em contraste, você tem consumidores que estão começando, lentamente, a consumirem mais destilados, especialmente os mais jovens”.

Segundo o analista, a queda na venda de cervejas não são exatamente uma ameaça ao mercado de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos e na Europa, especialmente no Reino Unido. Além da preferência crescente pelos destilados e pelas cervejas artesanais, outra bebida vem ganhando uma grande adoção nos dois países: a cidra, que já é consumida por 3 em cada 5 britânicos, ao mesmo tempo em que a produção norte-americana da bebida mais que triplicou entre os anos de 2011 e 2013.
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